sexta-feira, 26 de novembro de 2010

03:00 am

Um relógio marcando três horas da manhã me fez escrever. Este blog deveria mesmo ser chamado de diário, só traduz em palavras meu silêncio.
Tento viver, manter a cabeça cheia, procurar em outras pessoas sentir algo parecido, num esforço quase sobre-humano, tenho preguiça das pessoas, preguiça dos flertes e de todo o charme que ambos sabem que não vão levar a nada mais que uma noite. E que na mesma noite, meus braços vão esbarrar na ausência sobre a minha cama.
Já tentei nicotina, alcool, drogas, astrologia, umbanda, orações, lágrimas, sinceridade, nada me resolve. As lembranças insistem em ficar. Me sinto presa dentro que você já escapou há tempos e me deixou aqui. Sei o que devo fazer e não tenho coragem, não sei se chamo de covardia ou lucidez. Não me sinto lúcida a muito tempo também, aliás, só me evito, evito pensar na vida, evito pronunciar o nome. Cada letra me soa como lâminas prontas para cortar, mas também já não sei se todos esses cortes foram eu que fiz, ou foi o tempo.

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