terça-feira, 21 de abril de 2009

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Passam horas, passam dias e eu acordo em todos eles, já pensando na hora em que vou poder durmir. E se pudesse, faria somente isso, o tempo todo. Me sinto um quadro abstrato preto e branco que alguém pintou num dia chuvoso, um quadro que ninguém sabe o que significa, um quadro que foi feito pra passar a vida sendo admirado e ainda assim, nunca comprado. Sempre deixado pra trás.

No meio de preces, conversas com um Deus que eu sei agora mais do que nunca que é e sempre vai ser meu conforto e lágrimas que não conseguem mais se libertar, me acostumei com essa sensação de viver os dias a toa, sem perspectiva nenhuma. Espero aprender com a solidão, com a angústia.. já diziam os poetas que os melhores textos são feitos nessa tal solidão. Me encontrei nas palavras de Marcelo Camelo, que canta toda a minha dor, em todas as músicas. "pois se é no não que se descobre de verdade o que te sobra além das coisas casuais"

Não vou mentir.. nunca senti tanto medo na minha vida, medo de que isso não seja só uma fase, medo de virar uma amargurada, medo de nunca mais conseguir acreditar no amor, medo de não aguentar e acabar fazendo uma besteira irreversível, medo..

Ainda assim, prefiro não fingir, prefiro deixar transparecer uma expressão vazia (e verdadeira). Se for pra ser assim, vai ser. E como eu ouço de todos, quase todas as horas, vai passar.

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